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Pastoral da Juventude do Meio Popular - Icó - Ce

ELEIÇÕES PARA CONSELHO TUTELAR DE ICÓ

Viemos a publico movidos pela indignação diante da injustiça e da passividade com que deixamos as coisas acontecerem.
Há 08 dias a população icoense pôde ter oportunidade do exercício mais concreto da cidadania, que é na escolha de seus representantes independente do grau hierárquico.
O processo de escolha dos representantes do conselho tutelar é uma forma democrática de expressar nossa preocupação e cuidado pelas crianças e adolescentes de nossa cidade, uma parcela da sociedade que merece especial atenção principalmente por parte do poder público e das autoridades responsáveis pelo cumprimento de seus direitos tais como estão dispostos no estatuto da criança e do adolescente sem hipocrisia, demagogia ou qual quer discurso bonito a respeito. Neste aspecto como em todos os outros da sociedade, o que precisamos é de respeito.
Por essa razão se faz necessário um olhar atento e critico para um fato que aconteceu no decorrer deste processo.
Sabemos que em nossa cidade os órgãos públicos nem sempre funcionam como deveriam, e não podemos mais ser ingênuos ao ponto de acreditar que a culpa é do “sistema” da “burocracia” ou de um ser superior. Temos culpa dos reais com nomes e endereços que atuam nestes órgãos da administração e por interesses “alheios” não querem que as coisas aconteçam como manda a ética e o senso de justiça, alias estas são palavras como muitas outras que já não fazem parte de seus dicionários.
Ainda assim acreditamos mesmo porque quando perdermos a fé e a crença no ser humano não tem sentido viver, tão pouco ser o que somos. Ousamos nos envolver, ser uma peça diferente em uma estrutura podre. Há três anos atrás colocamos o nosso nome (através de uma representante) para concorrer no processo de escolha, no intuito de realizar algo concreto pelas crianças e adolescentes que como Pastoral da Juventude do Meio Popular sempre defendemos.
Porem o sonho da jovem que ousou acreditar na utopia de pelo menos dar sua parcela de contribuição na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, foi castrado ao primeiro contato com a estrutura podre que regia este órgão. A todos nós o diferente causa receio, mas quando causa medo é porque algo temos a perder com isso. E o medo de uma nova mentalidade de idéias éticas e cristãs foi expresso em forma de repressão. A nossa proposta de incisão neste meio. Era perigoso ter por perto alguém que já passou pela escola dos grupos de bases e pastorais sociais, alguém que já adquiriu consciência e dificilmente se deixaria corromper. Fomos perseguidos, insultados e humilhados, mas a população icoense nos respondeu com votos.
Tínhamos uma grande tarefa! E essa jovem conselheira precisou contar com esforços alem de seus limites físicos e psicológicos para sobreviver a esses três anos de contato direto com pessoas de idéias tão “pequenas”.
Enfim sobrevivemos e tudo isso não é nenhuma novidade. E como jovens ousados que somos resolvemos mais uma vez nos atrever. Dessa vez conseguiram nos surpreender!
Alem de nossa candidata ser impedida de divulgar em campanha o trabalho realizado com a juventude foi vitimas de uma injustiça sem precedentes.
O processo que seria um exercício de cidadania tornou-se um processo fraudulento fazendo “tolos” todos os cidadãos que ainda crêem na democracia. O conselho resolveu pela realização do processo de escolha chamou a toda população de “idiota” quando disse ser um pequeno lapso um erro ortográfico gritante em uma cédula de votação. “Foi só um erro da gráfica” foi o que nos alegaram. Simplesmente criaram uma candidata que não existe pela simples troca de uma vogal e subtração de um apelido.
É pra se questionar a formação de uma pessoa que chama de “baixo nível” alguém, simplesmente por que consegue identificar um erro de português que representa uma diferença de menos de 20 votos. Porem dependendo do ponto de vista, 20 votos representariam o fato de ter ou não “uma pedra no sapato”.
É hora de questionarmos a postura de nossos servidores públicos, já não se trata de ter sido eleito ou não, mas de tornar publico a indignação de sermos injustiçados, perseguidos, caluniados quando não cometemos nenhum crime.
Enquanto esse tipo de atitude for encarado como “bobagem”, maquiado com um discurso bonito na câmara de vereadores, nós cidadãos icoenses estaremos com cara pintada e nariz de palhaço no grande circo que estão montando aos nossos olhos.

“luto pelo bom, pelo justo e pelo melhor do mundo”
Olga Benário Prestes

Pastoral da Juventude do Meio Popular
Icó – Ceará
07/2007

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